segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Vocação: Professora Parte 2



Em agosto completo 10 anos de serviço público no Município do Rio de Janeiro.  São 10 anos de trabalho árduo com 180 crianças pequenas, entre 6 e 10 anos, em cada ano letivo.  

São 180 pequenas vidas, 180 histórias diferentes, muitas sofridas, a maioria muito carente e algumas absurdamente tristes.  

Mas não pense que essas crianças são fofas e boazinhas ... ah não são mesmo! São levadas, como as crianças devem ser... bagunceiras e barulhentas!

Conseguir reuni-las e fazê-las ficar em silêncio leva bastante tempo, às vezes gasto metade do tempo da aula.

É um desafio lecionar língua estrangeira para essas pestinhas.  

No fim do dia, estou com dor de garganta e exausta mas com a sensação de dever cumprido, pois no meio do caos, tento fazer o meu melhor.

Mas nem tudo é negativo o tempo todo.  Algumas vezes sou surpreendida com um abraço nas pernas e uma declaração “tia, eu te amo!” ou “tia, eu adoro sua aula”. 

Isso sem contar os bilhetes e desenhos de corações que levo para casa toda semana.  Aí paro e penso: “ainda bem que não exonerei!” 

Mas o que tudo isso tem a ver com confeccionar mandalas?

Tudo e muito! 

Foi a partir da prática em fazer mandalas que a transformação se iniciou na minha vida, refletindo os benefícios em todas as áreas, principalmente na minha profissão.  

Eu não teria conseguido superar todas as dificuldades, estresse e cansaço no meu trabalho sem um apoio terapêutico. 

As mandalas promoveram esse apoio que tanto precisava para conseguir autocontrole, equilíbrio e esperança em dias melhores. 

Confeccionar mandalas ajuda na concentração; portanto, elas são um excelente exercício para acalmar a sensação de estresse e limpar a mente. Além de promover o relaxamento, as mandalas também tem os seguintes benefícios:

Proporcionam equilíbrio

Trazem paz e serenidade.

Contemplá-las proporciona uma sensação de tranquilidade.

Vocação: Professora - Parte 1

 

Foi amor à primeira vista!

Tinha 9 anos quando tia Tereza entrou na nossa sala da 3ª série para dar aulas de Inglês.

Quase não consegui prestar atenção na professora pois não conseguia desgrudar os olhos daquelas palavras com sons que pareciam música, aos meus ouvidos... 

Foi naquele dia, naquele momento, que decidi que seria professora de Inglês e estaria para sempre em contato com aquele idioma tão misterioso e fascinante.

Persegui este sonho incansavelmente por quase 20 anos e quando finalmente pisei pela primeira vez em uma sala de aula, todo glamour, expectativas e planejamentos caíram por terra...

A faculdade não tinha me preparado para aquela realidade.  As aulas de prática de ensino sequer tinham dado uma noção do que acontecia em sala de aula.

Era frustrante e muito desafiador ser docente naqueles tempos.  Não há maior tortura para um professor do que ensinar aquele que não quer aprender!

Enfim, eu segui meu caminho, matando alguns leões por dia e já estava há 12 anos no setor particular, lecionando para adolescentes quando fiz concurso público para a Prefeitura do Rio.  

Em agosto de 2010 tomei posse como docente no município para lecionar Inglês em turmas de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental 1.  Eram crianças de 6 a 10 anos, na teoria.

Aí sim conheci o verdadeiro hospício! Nada se comparava aquela situação.

Muitas vezes chorei nos corredores da escola, entre uma aula e outra, por me sentir impotente e sozinha em uma realidade tão dura e chocante.

E muitas outras vezes me perguntei se exonerar não seria o caminho mais coerente para preservar minha integridade mental.

No entanto, minha condição financeira não permitia que eu abandonasse o cargo público.  Estava separada e tentando superar um monte de dificuldades. 

Sendo assim era obrigada, pelas circunstâncias, a ficar na escola pública.

Comecei a sofrer da “Síndrome do Fantástico”.

Sempre que tocava a música de abertura do programa, meu coração apertava e sentia uma tristeza profunda.

Me arrepiava só de lembrar que teria que encarar mais um dia de estresse, enfrentamentos e gritaria na escola.

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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

"Meu Pedacinho do Céu"


É assim que me refiro ao local onde meu pai mora.  

Eu o visito apenas 2 vezes por ano e todas as vezes que me organizo para ir ao encontro dele, uma ansiedade adolescente toma conta de mim, como se fosse a primeira vez.   

A noite anterior a viagem é passada insone, tamanha a vontade de partir para o meu refúgio.

Tento aproveitar as 8 longas horas de trajeto para planejar meus dias mas logo fecho meus olhos e as lembranças da última visita me distraem... o preguiçoso nascer do sol, o frescor do vento constante e o cheiro de mar que perfuma o ar. 

Ah! Quanto carinho tenho por esse lugar especial...

Sempre me pego pensando em como seria morar lá.  

Longe da civilização, dos shoppings e cinemas.  E me convenço de que é exatamente isso que me fascina lá ... 

É um estilo de vida sem pressa. As horas são teimosas e não seguem o ritmo dos relógios urbanos, os dias passam lentamente e as noites chegam devagarinho... 

Aí suspeito que adormecer ao som de cigarras e acordar com o canto de pássaros parecem mais e mais atraentes a cada visita. 


Projeto Circular




Recentemente conheci o lugar onde vou envelhecer e morrer...






Comento isso com muita naturalidade, pois considero um privilégio ter a oportunidade de escolher o local onde vou passar o restante dos meus dias.

Esse lugar mágico fica no litoral do Rio de Janeiro, em uma cidade muito pequena, quase esquecida, com jeito de “roça”.  

A “rodoviária” é um banco localizado na tradicional pracinha próxima à única igreja católica existente.  

A cidade não oferece nenhuma infraestrutura para turismo. 

O progresso por lá caminha a passos de tartaruga-de-pente, uma espécie gigante, característica daquela região. 

E foi exatamente esta tranquilidade que me encantou.

E lá está a realização do meu sonho de criança: uma praia de corais, deserta, belíssima, de areia com grãos grossos e pôr-do-sol em degrade amarelo, rosa e azul, como uma pintura perfeita das mãos do Criador.

Sabe aquelas lembranças gostosas de quando você era criança? 

Lá elas voltam para mim com força total. Os cheiros, as flores, o chão de barro batido e até os “picos” que grudam na roupa lembram meus dias de brincadeiras com meus irmãos e primos. 


Porque confeccionar 33 mandalas em 40 dias de férias me deixou muito, muito triste...😭


Sou professora e na minha profissão o assunto FÉRIAS é levado muito à sério. 2018 foi um ano pesado, com muito desgaste emocional por questões pessoais e profissionais.  

Então, a contagem regressiva para as férias já havia começado bem mais cedo...

Quando finalmente saí de férias em dezembro, me refugiei em uma praia deserta, numa cidade litorânea minúscula, onde meu pai mora, com a intenção de descansar de verdade - depois de um ano letivo muito cansativo, só pensava em ficar observando o mar e não fazer mais nada.

Consegui ... por uma semana!   Depois não aguentei mais e corri até a cidade mais próxima para comprar materiais: precisava fazer minhas mandalas. Era mais forte do que eu!

E assim aconteceu, voltei para casa com 33 mandalas na mala, descansada, energizada e feliz. 😄

No entanto, 1 mês depois fui escolher uma mandala para presentear uma amiga e....

Para minha surpresa e decepção, percebi que as mandalas estavam com as lãs frouxas e os palitos bambos. Fiquei muito chateada e comecei a pensar a respeito,  na tentativa de descobrir o motivo ...

Por que as mandalas ficaram daquele jeito se usei as lãs de sempre, os palitos de sempre, as técnicas de sempre?   Frustrante...😔

Quanto mais pensava mais intrigada ficava e a frustração só aumentava. Você deve conhecer o ditado popular “Não adianta chorar sobre o leite derramado!”.  

Então, resolvi deixar a investigação de lado (até porque as aulas estavam de volta!) mas a frustração continuava.

E foi exatamente motivada por essa frustração que surgiu a ideia de desenvolver o centro da mandala fixo, firme, sem chance de entortar os palitos e das lãs ficarem frouxas.

Comecei a experimentar diversos materiais: argila, adesivo termofixo, resina acrílica e finalmente o gesso.  

Após muitas tentativas e erros, consegui chegar a um modelo que atendia as minhas necessidades.

Iniciei com as mandalas de 8 pontas, segui em frente com as de 12 e 16 e fui me aventurando, fazendo outras experiências.  Hoje confecciono mandalas com a quantidade de pontas que a minha criatividade permitir... 20, 24, 32, 40, 64 e por aí vai...

E no momento, o que eu ando inventando???? 

Conto tudo em um outro momento.   

Até breve 😍