quinta-feira, 6 de agosto de 2020

"Meu Pedacinho do Céu"


É assim que me refiro ao local onde meu pai mora.  

Eu o visito apenas 2 vezes por ano e todas as vezes que me organizo para ir ao encontro dele, uma ansiedade adolescente toma conta de mim, como se fosse a primeira vez.   

A noite anterior a viagem é passada insone, tamanha a vontade de partir para o meu refúgio.

Tento aproveitar as 8 longas horas de trajeto para planejar meus dias mas logo fecho meus olhos e as lembranças da última visita me distraem... o preguiçoso nascer do sol, o frescor do vento constante e o cheiro de mar que perfuma o ar. 

Ah! Quanto carinho tenho por esse lugar especial...

Sempre me pego pensando em como seria morar lá.  

Longe da civilização, dos shoppings e cinemas.  E me convenço de que é exatamente isso que me fascina lá ... 

É um estilo de vida sem pressa. As horas são teimosas e não seguem o ritmo dos relógios urbanos, os dias passam lentamente e as noites chegam devagarinho... 

Aí suspeito que adormecer ao som de cigarras e acordar com o canto de pássaros parecem mais e mais atraentes a cada visita. 


Projeto Circular




Recentemente conheci o lugar onde vou envelhecer e morrer...






Comento isso com muita naturalidade, pois considero um privilégio ter a oportunidade de escolher o local onde vou passar o restante dos meus dias.

Esse lugar mágico fica no litoral do Rio de Janeiro, em uma cidade muito pequena, quase esquecida, com jeito de “roça”.  

A “rodoviária” é um banco localizado na tradicional pracinha próxima à única igreja católica existente.  

A cidade não oferece nenhuma infraestrutura para turismo. 

O progresso por lá caminha a passos de tartaruga-de-pente, uma espécie gigante, característica daquela região. 

E foi exatamente esta tranquilidade que me encantou.

E lá está a realização do meu sonho de criança: uma praia de corais, deserta, belíssima, de areia com grãos grossos e pôr-do-sol em degrade amarelo, rosa e azul, como uma pintura perfeita das mãos do Criador.

Sabe aquelas lembranças gostosas de quando você era criança? 

Lá elas voltam para mim com força total. Os cheiros, as flores, o chão de barro batido e até os “picos” que grudam na roupa lembram meus dias de brincadeiras com meus irmãos e primos. 


Porque confeccionar 33 mandalas em 40 dias de férias me deixou muito, muito triste...😭


Sou professora e na minha profissão o assunto FÉRIAS é levado muito à sério. 2018 foi um ano pesado, com muito desgaste emocional por questões pessoais e profissionais.  

Então, a contagem regressiva para as férias já havia começado bem mais cedo...

Quando finalmente saí de férias em dezembro, me refugiei em uma praia deserta, numa cidade litorânea minúscula, onde meu pai mora, com a intenção de descansar de verdade - depois de um ano letivo muito cansativo, só pensava em ficar observando o mar e não fazer mais nada.

Consegui ... por uma semana!   Depois não aguentei mais e corri até a cidade mais próxima para comprar materiais: precisava fazer minhas mandalas. Era mais forte do que eu!

E assim aconteceu, voltei para casa com 33 mandalas na mala, descansada, energizada e feliz. 😄

No entanto, 1 mês depois fui escolher uma mandala para presentear uma amiga e....

Para minha surpresa e decepção, percebi que as mandalas estavam com as lãs frouxas e os palitos bambos. Fiquei muito chateada e comecei a pensar a respeito,  na tentativa de descobrir o motivo ...

Por que as mandalas ficaram daquele jeito se usei as lãs de sempre, os palitos de sempre, as técnicas de sempre?   Frustrante...😔

Quanto mais pensava mais intrigada ficava e a frustração só aumentava. Você deve conhecer o ditado popular “Não adianta chorar sobre o leite derramado!”.  

Então, resolvi deixar a investigação de lado (até porque as aulas estavam de volta!) mas a frustração continuava.

E foi exatamente motivada por essa frustração que surgiu a ideia de desenvolver o centro da mandala fixo, firme, sem chance de entortar os palitos e das lãs ficarem frouxas.

Comecei a experimentar diversos materiais: argila, adesivo termofixo, resina acrílica e finalmente o gesso.  

Após muitas tentativas e erros, consegui chegar a um modelo que atendia as minhas necessidades.

Iniciei com as mandalas de 8 pontas, segui em frente com as de 12 e 16 e fui me aventurando, fazendo outras experiências.  Hoje confecciono mandalas com a quantidade de pontas que a minha criatividade permitir... 20, 24, 32, 40, 64 e por aí vai...

E no momento, o que eu ando inventando???? 

Conto tudo em um outro momento.   

Até breve 😍